Mais de uma centena de pessoas em Beja para a apresentação do livro sobre o Bispo Soldado

No passado dia 23 de Março de 2025, pelas 16h00m, realizou-se no Seminário de Beja, a apresentação do livro “A AUDÁCIA GENEROSA DE UM PASTOR: D. José do Patrocínio Dias – O bispo restaurador da Diocese de Beja (1884-1965)”, da autoria do Pe. Luís Miguel Fernandes, pároco de Castro Verde, na diocese de Beja. A sessão foi presidida por D. Fernando Maio de Paiva, Bispo de Beja, e teve como apresentador o Pe. Dr. Luís Filipe Marques, pároco de Alvalade.

O Coro do Carmo, sob a regência de Monsenhor António Cartageno, abrilhantou o momento com três peças musicais: um hino composto em 2021, aquando do centenário da sagração episcopal e entrada solene na Diocese do Bispo Soldado, o cântico “Bendita, Louvada e Adorada Seja a Sagrada Paixão do Amado Jesus”, resultado de uma recolha de cânticos alentejanos feita nos anos 80-90 pelo Monsenhor António Cartageno e pelo Cónego António Aparício, bem como o hino do Jubileu 2025 “Peregrinos de Esperança”. O evento contou ainda com a presença do Editor da Lucerna, Dr. Henrique Mota, do Vigário-Geral e Reitor do Seminário, Pe. Rui Manuel Mendes Carriço e com parte das Irmãs da Congregação das Oblatas do Divino Coração.

Reuniram-se mais de cem pessoas, sacerdotes e leigos, de Castro Verde, Entradas, Santa Bárbara de Padrões, São Marcos da Ataboeira, Ervidel, Santa Vitória, Beringel, Grândola, Beja, Alvalade, Ermidas-Sado, Mértola, Almodôvar, Aljustrel, Ourique, Odemira, Ferreira do Alentejo, Barrancos, Fátima, Lisboa, Évora, entre outras localidades, para conhecer e honrar a memória de D. José do Patrocínio Dias. No decorrer da sessão o Pe. Luís Miguel Fernandes realçou, de forma apaixonada, a importância de D. José do Patrocínio Dias para a Diocese de Beja e o modo como o Bispo Soldado se consumiu completamente por esta porção da Igreja no Baixo-Alentejo. 

O Pe. Dr. Luís Filipe Marques, no decorrer da apresentação que fez da obra, assinalou as qualidades do autor que “com ousado entusiamo, rigor científico e competência inegável, escrita escorreita, límpida, clara e cativante, e ainda conceptualmente rigorosa, examinou a vida e a obra do senhor D. José do Patrocínio Dias, a partir das marcas disponíveis e possíveis da sua vida desde as serranias dos Hermínios, na vetusta Covilhã da Beira Baixa, passando pelos campos de batalha da Primeira Grande Guerra, até à Planície Heróica, para usar um título de Manuel Ribeiro, do Baixo Alentejo, onde o Bispo-soldado entregou a sua vida como grão de trigo lançado à terra (Jo 12,24), e cujos frutos continuam a brotar”.

Entre diversos agradecimentos, o Pe. Luís Miguel Fernandes entregou o cálice utilizado por D. José do Patrocínio Dias nas trincheiras, durante a Grande Guerra, à Congregação das Oblatas do Divino Coração. O referido cálice foi oferecido ao Pe. Luís Miguel pelos familiares do Bispo Soldado aquando da sua Ordenação Diaconal, em 2014. O Pároco de Castro Verde sublinhou o quão especial era a peça para si, frisando que a entregava às Irmãs Oblatas de modo a que a mesma possa estar visível no espaço museológico existente, na cidade de Beja, dedicado à figura do prelado bejense.  O autor da obra homenageou, ainda, de forma emocionada,  dois dos últimos sacerdotes ordenados por D. José do Patrocínio Dias: o Cónego António Aparício e o Cónego Domingos Pereira. 

Para adquirir o livro veja as seguintes plataformas: https://domjosepatrociniodias.com/sobre/repositorio/
 
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O Pe. Luís Miguel Fernandes é natural de Grândola, onde nasceu a 3 de agosto de 1989. Frequentou os seminários menores das dioceses da Guarda e de Évora, de 1999 a 2007, ano em que entrou no Seminário de Beja. Frequentou o Instituto Superior de Teologia de Évora e fez Mestrado em Teologia Histórica na Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa – Lisboa, com dissertação intitulada “D. José do Patrocínio Dias, o homem, o militar e o bispo restaurador da diocese de Beja (1884-1965)”, que foi editada pela Tenacitas em março de 2016.
Esta segunda edição, apresentada no pasado dia 23/03, é agora da conceituada editora portuguesa Lucerna.
Ordenado sacerdote a 28 de Junho de 2014, por D. António Vitalino Dantas, na Sé de Beja, foi pároco de Ervidel, Mombeja e Santa Vitória (2014-2015) e administrador paroquial de Beringel (2015), foi pároco de Messejana e Casével (2015-2019) e de S. Bárbara de Padrões e S. Marcos da Ataboeira (2015-2024). Desde Setembro de 2015 é pároco de Castro Verde, acumulando desde 2017 a paróquia de Entradas. Integra, ainda, os conselhos presbiteral e pastoral da Diocese de Beja, tendo sido entre 2015 a 2022 diretor diocesano do Apostolado da Oração e arcipreste de Almodôvar de 2017 a 2020. Atualmente o Pe. Luís Miguel Fernandes frequenta a licenciatura em Direito Canónico no Instituto Superior de Direito Canónico da Universidade Católica Portuguesa – Lisboa.
O jovem sacerdote tem escrito vários artigos e livros nas áreas de história e espiritualidade, para além da sua primeira obra, já mencionada, destacam-se:
“A Paróquia de S. Julião de Ervidel – Apontamentos da estrutura eclesiástica e da religiosidade de um povo”, in Monografia sobre Ervidel (2016);
“D. José do Patrocínio Dias – traços da sua espiritualidade e da sua acção pastoral” (2016), in “Beja: uma Diocese, um Bispo, uma Catedral, um Seminário”;
“Crianças com Lume no Peito: caminho espiritual de Teresa de Lisieux e dos Pastorinhos Francisco e Jacinta” (Editora Apostolado da Oração, 2018);
Uma série de crónicas intituladas “Caminhos de Santidade”, no jornal diocesano de Santarém (2018-2019) e propostas de reflexão na Revista Mensageiro do Coração de Jesus (2018-2019);
O livro “A Diocese de Beja no Agrum Universalis Ecclesiae” – nos 250 anos da restauração da Diocese de Beja (Paulus, 2020);
e, em 2023, como resultado da sua participação no Seminário de História Religiosa feita pelo Centro de Estudos de História Religiosa da Universidade Católica Portuguesa (Porto, 2023) – a conferência “Lado a lado, vivi com os nossos soldados – José do Patrocínios Dias e a assistência religiosa durante a I Grande Guerra (1914-1918)”, que será publicada num volume a integrar a Coleção “Estudos de História Religiosa”.
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Seguem-se algumas opiniões sobre a obra apresentada:
 
Para o Doutor António Araújo, jurista e historiador, que escreveu o prefácio da primeira edição, “o estilo límpido do autor e a clareza da sua prosa encarregam-se de nos apresentar um livro de elevadíssima qualidade, historiográfica e narrativa. Doravante, será impossível reconstruir os espinhosos caminhos da Igreja portuguesa na primeira metade do século XX sem nos determos nesta biografia histórica de D. José do Patrocínio Dias.”
 
Paro o Pe. Doutor David Barbosa, orientador da tese de Mestrado, o Pe. Luís Miguel Fernandes é a grande referência no estudo de D. José do Patrocínio Dias: “A partir deste momento, a comunidade científica verá na presente obra a referência incontornável para conhecer historicamente e eclesialmente, este bispo bejense. Daqui para a frente, sem qualquer reparo de imodéstia, o Luís Miguel Fernandes, será para os estudiosos o autor para quem quiser aprofundar conhecimento e fazer estudo sobre a figura singular que foi D. José do Patrocínio Dias”.
 
D. Fernando Maio de Paiva, actual Bispo de Beja e autor do prefácio desta segunda edição, refere que “conhecer a história deste notável bispo é mais do que um exercício de memória; é uma necessidade, uma vez que este conhecimento é importante para compreendermos melhor as raízes da nossa identidade eclesial. O exemplo de D. José do Patrocínio Dias desafia-nos a sonhar o sonho de Deus para esta Igreja particular, a sermos instrumentos de renovação e a confiarmos que, mesmo nas horas mais difíceis, o Senhor continua a guiar o seu povo”.
 
E salienta: “O Pe Luís Miguel Taborda Fernandes soube, nesta notável obra, com o zelo de um historiador dedicado e a fé de um pastor apaixonado, apreender e bem comunicar a essência da vida de D. José do Patrocínio Dias. Ele apresenta-nos não apenas os factos históricos, mas também o contexto em que estes ocorreram, permitindo-nos compreender as motivações e as lutas que definiram a missão deste notável prelado. Ao fazê-lo, este livro não apenas honra a memória de um grande bispo, mas também ilumina o caminho para a restauração e renovação contínuas de que a nossa Diocese tanto necessita hoje”.
 
Deixando o convite: “É meu desejo que esta segunda edição chegue a um número ainda maior de leitores e que, através destas páginas, o legado de D. José do Patrocínio Dias inspire sacerdotes, religiosos e leigos a assumirem, com renovada esperança, o compromisso de restaurar e renovar a vida da nossa Diocese de Beja. Que este livro seja, para todos nós, um convite a mergulhar nas raízes da nossa fé, a reconhecer os sinais dos tempos e a responder, com coragem e generosidade, aos apelos de Deus nos nossos dias”.

Retiro do Clero da Diocese de Beja

Entre os dias 17 e 21 de Março, decorreu na Quinta da Beira, Alvito, o retiro do Clero, onde participaram 16 presbíteros e 1 diácono. O Pregador foi o Pe. José Pinheiro, Vigário Geral da Diocese de Setúbal.

Arciprestado de Cuba foi peregrino de esperança no Centenário da Sé de Beja

No Domingo 16 de março o Arciprestado de Cuba foi convidado pelo Sr. Dom Fernando a realizar a sua Peregrinação Arciprestal à Sé no seu centésimo aniversário da sua ereção canónica.

Foram mais de centena e meia de peregrinos, acompanhados pelos seu Párocos e representantes de quase todas as Paróquias do Arciprestado. Entre esses peregrinos estava também um bom grupo de Timorenses que têm partilhado a sua experiência de fé e de Igreja nas Paróquias de Peroguarda e Alfundão.

Foi um dia de oração, cultura, convívio e celebração. O dia começou com o acolhimento pelas 10,30H, seguida de Adoração ao Santíssimo e Sacramento da Reconciliação. Foram muitos aqueles que aproveitaram esta oportunidade para se abeirar deste sacramento.

Ao final da manhã visitamos o Museu do Seminário de Beja, após uma breve explicação do seminarista Pedro Frazão.

O almoço foi momento de partilha de iguarias e de convívio entre todos, marcado pelas conversas informais, troca de experiências e momentos musicais.

Durante a tarde teve ligar a Peregrinação do Seminário até à Sé. No início escutamos a Palavra de Deus e por essa mesma Palavra fomos enviados em Missão pelas ruas da cidade de Beja, cantamos, rezamos e entoamos alguns salmos de Peregrinação. Chegados à igreja de Santa Maria da Feira, fomos recebidos pelo coro “Coral Vozes da Vidigueira” e uma pequena Palestra da Arquitecta Francisca Romão, que nos falou sobre a arquitectura desta que é a igreja mais antiga da cidade e dando, na sua exposição, um destaque especial ao Altar onde se encontra a Árvore de Jessé. Ficou o convite para visitarmos aos monumentos religiosos existentes no nosso território, que são mais de 80% dos monumentos existentes.

Ao som de “Nossa Senhora de Fátima” iniciamos a etapa final da nossa Peregrinação que culminou com a celebração da Eucaristia presidida pelo nosso Bispo e os cânticos estiveram à responsabilidade de um coro inter-paroquial, que nos ajudou a celebrar com entusiasmo a Fé da Igreja. As leituras foram distribuídas pelas várias Paróquias presentes. Na sua Homília o nosso Bispo destacou a importância destas Peregrinações Arciprestais à Sé, “Igreja mãe” de toda a Diocese, connosco partilhou a sua reflexão sobre a comunhão, participação na vida da Igreja. Apoiado na Palavra de Deus, reforçou o modelo de Fé que é Abraão e deixou-nos o desafio de como Deus dizia a Pedro, João e Tiago sobre Jesus “Este é o meu Filho, o meu Eleito: escutai-O”.

Partimos da Sé de Beja com este grande desafio.

Agradecemos ao nosso Deus, que com a sua Graça manifestou o seu amor por todos e por cada um de nós; ao nosso Bispo senhor Dom Fernando de Paiva que nós acompanhou ao longo de todo o dia e com pai espiritual nos animou a Caminhar sempre na Esperança e Confiança em Deus; ao nosso Seminário, ao Padre Novais Pároco da igreja de Santiago Maior (Sé); à PSP que nos acompanhou durante a Peregrinação para que pudéssemos caminhar em segurança; ao Agrupamento de escuteiros 1071 e coordenaram à Peregrinação e aos jovens que nos animaram com os seus cânticos; à Clara Palma e à Maria que nos ajudaram na Adoração ao Santíssimo; ao “Coral Voes da Vidigueira”, à Arquitecta Francisca Romão; ao nosso coro inter-paroquial e ao seu maestro, ao organista José Filipe; aos nossos irmãos timorenses que com a sua presença tornam a nossa Igreja mais universal; a todos aqueles que de um modo ou de outro estiveram envolvidos nesta Peregrinação e àqueles que não tendo podido participar fisicamente nos acompanharam com a sua oração.

Este foi um dia bem celebrado, bem participado, bem vivido, com muito amor, alegria e Fé por todos os peregrinos vindos dos Concelhos de Alvito, Cuba, Ferreira do Alentejo e Vidigueira, que assim manifestaram a sua comunhão com o nosso Bispo, a Igreja Diocesana e também à Igreja Universal, onde rezamos de um modo especial pela Papa Francisco e pela sua saúde.

Que Nossa Senhora, Mãe da Esperança nos ajude a caminha sempre para Jesus “Caminho, Verdade e Vida”.

Arcipreste de Cuba

 

 

Caminha pela Vida realiza-se em Beja no próximo dia 29 de Março de 2025

Pelo segundo ano consecutivo, Beja participará na Caminhada pela Vida. Trata-se de uma manifestação cívica, apartidária, aberta a todos os credos e convicções. A manifestação pretende dar ênfase ao reconhecimento de que a vida é bela em todas as idades e estados, pelo que merece a proteção da sociedade civil.

O evento decorre no próximo sábado 29 de março, às 15h00, simultaneamente em treze cidades: Aveiro, Beja, Braga, Coimbra, Évora, Faro, Funchal, Guarda, Lamego, Lisboa, Porto, Santarém e Viseu. Em Beja, o evento conta com o apoio e participação do Senhor Bispo, D. Fernando Maio de Paiva.

O ponto de encontro será nas Portas de Mértola (em frente ao Luiz da Rocha) às 14h30, com saída às 15h00. Sendo a participação é gratuita, espontânea, sem qualquer necessidade de inscrição ou doação monetária.

A Caminhada termina na Praça da República, contando, no final, com a participação do Coro do Carmo e do seu maestro, Monsenhor António Cartageno, e de alguns grupos de jovens.

O ponto alto do encerramento será, segundo nota de imprensa divulgada, o testemunho de Lucivânia, ativista pró-vida que viveu, na primeira pessoa, o drama do aborto.

Segundo a organização: “esta é uma oportunidade para fraternalmente celebrarmos a beleza da vida!  Contamos com a vossa presença! Propomos que se organizem (por paróquias e /ou movimentos) e se juntem a nós no próximo dia 29 a partir das 14h30, para celebrar a beleza da vida!”

Disponibilizando como forma de contacto o seguinte e-mail: caminhadapelavidabeja@gmail.com

Falecimento do Cónego Virgínio Tribanas

Faleceu o nosso Cónego Virgínio Tribanas, hoje, 11 de Março, de manhã, no Hospital de Beja, onde tem estado internado.

A missa exequial será celebrada na Sé de Beja, amanhã, 4F, 12 de Março, às 14:30. O funeral seguirá para o Cemitério de Beja.

O velório será hoje na Sé, a partir das 17h até às 23h e amanhã a partir das 9h. Ainda hoje, 11 de Março, será também celebrada Missa Exequial às 21h.

Iluminados pela Fé na Ressurreição, acompanhamos o final da peregrinação nesta terra deste nosso irmão, com a nossa oração e proximidade. Confiamos a Deus, nosso Pai, este nosso irmão que dedicou a sua vida ao serviço do Senhor exercendo o ministério sacerdotal na nossa Diocese de Beja.

A toda a família exprimo, em nome próprio e da Diocese de Beja as nossas condolências e a comunhão na esperança que nos vem do Senhor Jesus, morto e ressuscitado.

11 de Março de 2025

✠ Fernando Paiva

Bispo de Beja

Jubileu Mundial do Voluntariado celebrado em Santiago do Cacém

Em pleno ano jubilar e, respondendo ao apelo do Papa Francisco, o Arciprestado de Santiago do Cacém, constituído pelas paróquias dos concelhos de Grândola, Sines e Santiago do Cacém, celebrou o Jubileu Mundial do Voluntariado, no dia 8 de Março de 2025, em Santiago do Cacém. Do programa, que se realizou durante a manhã, constou a oração da manhã e duas conferencias sobre o voluntariado. A primeira, da responsabilidade da Cáritas Diocesana, proferida pela Engenheira Cristina Fernandes e a segunda, da responsabilidade do Padre Manuel António do Rosário, Pároco de Grândola. O primeiro conferencista falou sobre o voluntariado, uma realidade transversal a toda a sociedade. O segundo conferencista falou sobre o voluntariado da e na Igreja, deu ainda a conhecer alguns alguns pensamentos e sentir do Papa Francisco, em relação ao voluntariado. Houve tempo para a assembleia inter agir com os conferencistas, bem como foram escutados alguns testemunhos sobre o exercício do voluntariado, nomeadamente na área da saúde, com voluntários da Liga dos amigos do Hospital do Litoral Alentejano e dos visitadores de doentes da Paróquia de Santiago do Cacém. Na área da caridade, da atenção aos mais necessitados, os voluntários das Conferências Vicentinas de Grândola e Santiago do Cacém, deram o seu testemunho, e, de Sines, a Cáritas Paroquial, na pessoa da Religiosa, a Irmã Conceição, partilhou da sua experiência de voluntária e falou sobre a missão da Cáritas Paroquial, no concelho de Sines. Também uma técnica da Cáritas Diocesana de Beja, falou do voluntariado na Instituição Cáritas. O Grupo, Pequeno Almoço, de Grândola, informou os presentes sobre a bela e necessário missão de provir o pequeno almoço às gerações mais novas, que muitas vezes iam para a escola, sem tomarem o pequeno-almoço. Dos testemunhos de bem fazer, mais na parte social e cultural, mas também espiritual, ainda se escutou uma voluntária de Santiago de Cacém, que dá algum do seu tempo para que a Igreja da Misericórdia de Santiago do Cacém, possa estar aberta durante a semana.
A seguir ao almoço partilhado, um convívio entre todos, os participantes deslocaram-se à Igreja Matriz de Santiago do Cacém, para numa primeira parte, participarem na visita guiada à Igreja Matriz, uma das Igrejas Jubilares da Diocese de Beja. Visita muito rica, porque muito rica a Igreja Matriz, cuja primeira construção remonta ao século XIII. Nem o terramoto de 1755, que a atingiu, nem os vários incêndios, destruiu a beleza arquitectónica e artística, onde sobressai o Alto Relevo de Santiago ao Mouros, as Colunas da nave Central, o estilo Gótico, o Santo Lenho e a Belíssima Capela do Santíssimo, bem como a porta do Sol, da primitiva Igreja. Em tudo se sentiu e respirou a presença do Divino e de tantos homens e mulheres que, ao longo dos séculos, ali rezaram e alimentaram a fé.
Concluída a visita guiada, já com a presença do Bispo Diocesano, o Senhor Dom Fernando Paiva , deu-se início ao Momento Alto que encerrou o dia: a Celebração da Palavra. Escutou-se a Palavra, cantou-se a Palavra, rezou-se e agradeceu-se o dom do voluntariado e professou-se a fé. No fim, uma alegria pelo dia que confirmou a vida de tantos e tantos homens, do bem fazer, realizado gratuitamente. O mesmo dia foi também um desafio, um convite para o exercício do voluntário- uma riqueza na vida daquele que é voluntário e na vida dos destinatários do seu agir, pois como alguém disse um dia:” Cada ato de voluntariado é um passo em direção a um mundo melhor”.
Deus seja louvado por todos os que, com a sua presença, responderam, sim, ao Apelo do Papa Francisco para o dia 8 de Março e também por todos os que se envolveram na realização, na montagem de toda a estrutura deste dia, onde foi celebrado: O Jubileu Mundial do Voluntariado.

Pe. Paulo Carmo

Falecimento do Pe. José Venâncio

Como será já do conhecimento da maior parte de vós, faleceu o nosso Pe José Venâncio, hoje, 8 de Março, à tarde no Hospital de Beja, onde tem estado internado.

A missa exequial será celebrada na Capela do Seminário de Beja, amanhã, Domingo, 9 de Março, pelas 14:30. O funeral seguirá para Cemitério de Beja.
O velório será hoje a partir das 20h até às 23h, e amanhã a partir das 9h, na Capela do Seminário de Beja

Acompanhamos a sua partida com a nossa oração e amizade, pois Deus, nosso Pai, infunde em nós, pelo seu Espírito, a esperança da vida para sempre
junto de Si.
A toda a família exprimo, em nome próprio e da Diocese de Beja as nossas condolências e a comunhão na esperança que nos vem do Senhor Jesus, morto e
ressuscitado, para nos fazer tomar parte na sua vida que não tem fim.
Que este momento de dor seja vivido na confiança e na esperança que temos em Deus, na certeza de que nada, nem mesmo a morte, nos pode separar do Seu Amor

8 de Março de 2025

+ Fernando Paiva
Bispo de Beja

Homília da Missa da Quarta-Feira de Cinzas – 5 de Março de 2025

Caríssimos irmãos e irmãs em Cristo,

Hoje iniciamos a Quaresma, tempo de conversão, de regresso ao essencial, de renovação do nosso coração para vivermos mais profundamente e de forma mais autêntica a nossa vida de discípulos de Cristo e para assim nos prepararmos para celebrar a Páscoa do Senhor. O rito da imposição das cinzas coloca-nos diante da verdade do que somos e do que somos chamados a viver: somos pó e ao pó havemos de voltar, mas também somos chamados à conversão, a voltarmo-nos para Deus. As duas frases que a Liturgia nos propõe – “Lembra-te que és pó e ao pó voltarás” e “Convertei-vos e acreditai no Evangelho” – revelam estas duas dimensões essenciais: a nossa fragilidade e finitude, mas também a vida nova em Cristo a que somos chamados. Assim, convido a olhar para este significativo rito da imposição das cinzas tendo por pano de fundo a virtude da Esperança. O reconhecimento humilde da transitoriedade da nossa frágil condição abre o olhar do nosso coração para um horizonte de vida eterna que nos é dado por Cristo em quem assenta a nossa Esperança. A atitude de conversão também sinalizada por este ritual, pressupõe e ao mesmo tempo fortalece a fé. A fé permite acreditar no Evangelho e confiar em Deus, mas é a Esperança que mantém essa confiança viva, diante das dificuldades, que não vão faltando no nosso caminho, e mesmo quando as trevas se adensam, é a Esperança, como nos diz Charles Péguy, que vê o que ainda não é e que será, e que ama o que ainda não é e será.

A Esperança cristã que nos anima no nosso caminho, no nosso peregrinar, não é um simples otimismo nem uma fuga da realidade; é uma certeza que brota da fé na vitória de Cristo sobre o pecado e a morte. E a Quaresma é precisamente esse peregrinar, de regresso a Deus, de renovação interior. Somos um povo em caminho, peregrinos nesta terra, chamados a caminhar não segundo os nossos desejos tantas vezes egoístas, mas segundo o coração de Deus. Neste tempo de Quaresma somos convidados a reassumir a nossa condição peregrinante, de peregrinos de esperança.

O Evangelho deste dia (Mt 6,1-6.16-18) apresenta-nos as três práticas fundamentais da Quaresma: a esmola, a oração e o jejum. Estas três práticas a que a Igreja nos convida, ajudam-nos a descentrarmo-nos de nós mesmos, libertando-nos da prisão do egoísmo e das distrações e seduções deste mundo que passa, abrindo o nosso coração a Deus e aos irmãos. Somos chamados a intensificar, aumentar, alargar, neste tempo quaresmal, estas práticas que já vivemos durante todo o ano e que estão profundamente interligadas.

A esmola abre-nos ao outro, especialmente ao mais carenciado. Não é apenas dar algo material, mas também aprender a sairmos de nós mesmos, a olhar, a escutar, a cuidar. É um exercício de caridade que nos ajuda a ver no irmão o rosto de Cristo.

A oração abre-nos a Deus. Muitas vezes, vivemos uma vida agitada, esquecemo-nos de parar, de escutar, de falar com o Senhor. A oração não é um ritual vazio, mas um encontro vivo com Deus, que nos transforma e fortalece. Nesta intenção de intensificar a vida de oração, se habitualmente participamos na Missa dominical, porque não, durante este tempo, se tal for possível, fazer o propósito de participar diariamente na Missa ou pelo menos algumas vezes durante a semana? ´ Uma sugestão entre muitas outras possíveis. Ainda neste âmbito da oração deixo uma palavra de destaque para a importância da adoração eucarística, como afirmava S. Afonso Maria Ligório “A devoção de adorar Jesus sacramentado é, depois dos sacramentos, a primeira de todas as devoções, a mais agradável a Deus e a mais útil para nós”. O amor pede proximidade, por isso precisamos de valorizar e incrementar a Adoração Eucarística.

Também o jejum nos descentra de nós próprios. No mundo atual, onde tudo nos convida à satisfação imediata dos nossos desejos, jejuar é um ato de liberdade: aprendemos a dominar os nossos impulsos e a fortalecer a virtude da temperança. Mas o jejum não é apenas um exercício de autocontrolo, porque está também orientado para a solidariedade e a partilha. Ao privarmo-nos voluntariamente de algo, abrimos espaço para partilhar com os que passam necessidades. Além do que formos fazendo de uma forma mais individual, somos convidados, como sinal do nosso compromisso comunitário de partilhar e ajudar, a participar e contribuir solidariamente, generosamente na Renúncia Quaresmal, que este ano será metade para a martirizada população do Haiti e outra metade para as necessidades da Diocese.

Assim, irmãos, a Quaresma não é um tempo de tristeza, mas um tempo de graça. Deus convida-nos a recomeçar, a renovar a nossa vida, a caminhar com esperança para a Páscoa e a fazê-lo em igreja, na companhia do povo santo de Deus, como nos ensina o Senhor no Livro de Ben-Sirá, “Anda na companhia do povo santo com aqueles que vivem e proclamam a glória de Deus”. É muito reconfortante sabermos que fazemos este caminho em Igreja, na companhia dos nossos irmãos na fé.

Que este tempo nos ajude a voltar o coração para Deus e para os irmãos, vivendo a esmola, a oração e o jejum como caminhos de libertação e de amor.

Peço a Nossa Senhora, Mãe da Esperança e a S. José, nosso padroeiro, que por nós intercedam e nos acompanhem nesta peregrinação até à Páscoa.

 

✠ Fernando Paiva, Bispo de Beja

 

PDF: Homília 4 Fª de Cinzas 5-3-2025

Admissão às Ordens Sacras do Seminarista Pedro Frazão

No contexto do Jubileu dos 100 anos da catedral, dia 2 de março, a Sé de Beja, durante a oração de Vésperas, testemunhou a admissão às Sagradas Ordens do seminarista Pedro Franco Frazão, conferida por D. Fernando Paiva, Bispo da diocese. Este passo marca uma importante etapa de um percurso que culminará na ordenação presbiteral. O seminarista, acompanhado por familiares, amigos, superiores e colegas dos Seminários de Beja e Évora, expressou nesta celebração, o seu firme propósito de completar a formação iniciada em 2021 e de se configurar espiritualmente com Cristo, dedicando-se ao serviço da Igreja e da comunidade.

Natural de Lisboa, Pedro Franco Frazão, com 33 anos, é actualmente finalista do Instituto Superior de Teologia de Évora. O seu percurso académico iniciou-se no Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa, onde se formou em Arquitetura Paisagista. Em 2011, ingressou no postulantado dos Missionários Combonianos do Coração de Jesus, mas, após um período, compreendeu que a sua vocação não se alinhava com o carisma comboniano.

Após concluir os dois primeiros anos do Mestrado Integrado em Teologia na Universidade Católica, Pedro retomou os estudos no Instituto Superior de Agronomia, onde obteve o mestrado em Engenharia Agronómica. Em 2017, iniciou a sua carreira profissional como engenheiro agrónomo no Alentejo. Dois anos depois, aventurou-se numa nova experiência profissional no Canadá, onde permaneceu até 2021.

Com raízes alentejanas por parte materna e um profundo apreço pelo mundo rural, o Pedro veio procurar a concretização da sua vocação na diocese de Beja.

© Diocese de Beja

 

Encontro das Comunidades do Caminho Neocatecumenal da Diocese de Beja com o Bispo Diocesano

As comunidades do Caminho Neocatecumenal, presentes na diocese de Beja, reuniram com o novo bispo da diocese bejense, D. Fernando Maio de Paiva, no dia um de Março, no Salão Paroquial do Salvador. O encontro foi conduzido pela Equipa Itinerante, responsável pelo Caminho na zona sul de Portugal (dioceses do Algarve, Beja, Évora e Portalegre-Castelo Branco).
O Caminho tem comunidades nas paróquias do Santíssimo Salvador de Beja (3), de São João Baptista de Moura (2), de Nossa Senhora das Graças de Vila Nova de Milfontes (2), de São Vicente de Cuba (2), do Santíssimo Salvador e Nossa Senhora do Castelo de Aljustrel (1), de Nossa Senhora da Conceição de Barrancos (1) e no Estabelecimento Prisional de Beja (1). Presentes também 3 famílias em Missão e 4 párocos.
Depois da apresentação de todas as comunidades presentes pelo responsável da Equipa Itinerante, Miguel, as crianças, filhas dos irmãos dessas comunidades, cantaram o salmo 134 “Aleluia, bendizei o Senhor” e receberam, uma a uma, a benção do prelado. Posteriormente, o catequista explicou as origens do Caminho e apresentou as diversas etapas do neocatecumenado, presente na diocese desde 1972. Tiraram-se depois, à sorte, papéis com os nomes dos irmãos presentes, segundo as várias etapas, para darem uma breve experiência.
Posto isto, o presbítero da Equipa Itinerante, P. Giacomo, cantou o evangelho do dia. A homilia foi feita pelo bispo diocesano. Nela, convidou os presentes a manter o espírito de crianças na relação com Deus, de quem tudo depende, e deu graças a Deus por três aspetos do Caminho, que lhe pareceram cruciais: o contacto frequente e o amor pela Palavra de Deus, a abertura à vida por parte das famílias do Caminho e, como consequência dessa abertura à vida, a passagem aos filhos de uma atitude de abertura à vontade de Deus, consubstanciada nas muitas e diversas vocações.
O Bispo diocesano valorizou e insistiu no amor e na pertença à Igreja, “que acolhe no seu seio uma grande variedade de carismas e que os diferentes movimentos e sensibilidades eclesiais, devem sempre ir caminhando no sentido da integração harmoniosa na comunhão da Igreja, que incorpora a diversidade e a pluralidade dos vários carismas”.
Rezado o Pai nosso e recebida a benção, o responsável da Equipa Itinerante ofereceu ao bispo de Beja um ícone da Sagrada Família e dois do rosto de Cristo pintados por Kiko Argüello, bem como a pagela da Causa de Beatificação e Canonização da Serva de Deus Carmen Hernandez, co-iniciadora do Caminho juntamente com Kiko Arguello, frisando que “a causa foi aberta pela diocese de Madrid e não pelo Caminho, pois a Carmen pertence a toda a Igreja, como o Caminho pertence à Igreja”. Recalcou que o Caminho está em comunhão com o bispo e ao seu serviço, como uma iniciação cristã nas paróquias.
Ao som do salmo 150, das vozes, palmas e instrumentos musicais, D. Fernando despediu-se da assembleia.

Pe. Paulo Reis Godinho