D. FERNANDO MAIO DE PAIVA,
por mercê de Deus e da Sé Apostólica, Bispo de Beja
Aos que este nosso DECRETO virem, saúde e bênção.

Considerando que por meio da Bula Spes non confundit (SNC), de 9 de maio de 2024, o Papa Francisco proclamou o Jubileu do ano 2025 e que a peregrinação representa um elemento fundamental de todo o evento jubilar;
Tendo em conta que os fiéis, peregrinos de esperança, poderão obter a Indulgência Jubilar, concedida pelo Santo Padre, se cumprirem as disposições requeridas na referida Bula, entre as quais sobressaem as sagradas peregrinações;
Atendendo a que na Bula de Proclamação do Jubileu, o Santo Padre estabelece como Igreja de Peregrinação jubilar, em cada diocese, a respetiva Igreja Catedral;
Considerando a extensão geográfica da nossa Diocese, depois de ter auscultado o clero diocesano de todos os Arciprestados, a esta Igreja Catedral de Beja, e para proveito dos fiéis, acrescento ainda, a partir do dia 9 de Março, primeiro Domingo da Quaresma, até ao dia 28 de Dezembro, Festa da Sagrada Família, do presente ano, as seguintes Igrejas de Peregrinação Jubilar:

• Basílica Real de Castro Verde
• Igreja de São João Baptista de Moura
• Igreja do Santíssimo Salvador – Odemira
• Igreja Matriz de Santiago do Cacém

Que nestes lugares sagrados do Jubileu, os fiéis sejam acolhidos e se lhes abra as portas da misericórdia e do perdão que o Santo Padre indica na Bula da proclamação do Ano Jubilar de 2025, “As igrejas jubilares, ao longo dos percursos e em Roma, poderão ser oásis de espiritualidade onde é possível restaurar o caminho da fé e dessedentar-se nas fontes da esperança, a começar pelo sacramento da Reconciliação, ponto de partida insubstituível dum verdadeiro caminho de conversão. Nas Igrejas particulares, deve ser dada uma atenção especial à preparação dos sacerdotes e dos fiéis para as Confissões e para o acesso a este sacramento na sua forma individual” (n.° 5).

A S. José, padroeiro da nossa Diocese de Beja, confio este Ano Jubilar e os seus bons frutos.

Beja, aos 22 de fevereiro de 2025, Festa da Cadeira de São Pedro.

† Fernando, Bispo de Beja

Pe. José Maria Afonso Coelho

Mensagem de Quaresma 2025

Caríssimos irmãos e irmãs em Cristo,

A Quaresma abre-se diante de nós como um tempo de graça e renovação, uma oportunidade preciosa para preparar o nosso coração para a celebração das Festas Pascais. A imposição das cinzas, com que iniciamos este caminho, recorda-nos a nossa condição frágil e finita, convidando-nos humildemente à conversão. É um tempo propício para nos deixarmos iluminar pela Palavra de Deus, permitindo que ela forme a nossa consciência e nos conduza a uma vivência mais autêntica e coerente da fé que celebramos e professamos.

Nesta caminhada quaresmal, somos chamados a entrar de forma mais profunda e íntima na presença de Deus. No meio das distrações do mundo e das tentações da mundanidade, o Senhor convida-nos a recentrar a nossa vida no essencial, a viver segundo o Evangelho, deixando-nos transformar pela força regeneradora do seu amor. Que este seja um tempo de oração mais intensa, de escuta atenta da Palavra e de gestos concretos de caridade, fortalecendo-nos na vivência da fé.

Neste tempo em que a dimensão sinodal da Igreja se torna particularmente presente, somos desafiados a percorrer este caminho em comunhão, caminhando juntos como Povo de Deus. Neste espírito, a celebração do Ano Santo e também o Centenário da nossa Catedral são sinais vivos da nossa unidade como Igreja Universal e como Igreja diocesana. A todos convido, numa lógica de corresponsabilidade, própria do caminho sinodal, a um ousado e renovado empenho na aventura de viver e anunciar o Evangelho de Jesus, ou seja, a participar generosamente na missão a que Ele nos convoca. Como Igreja Diocesana, sintamo-nos chamados a fortalecer os laços de fraternidade e a renovar o nosso compromisso evangelizador, testemunhando a alegria do Evangelho.

Deixo uma palavra de muita proximidade, na oração e na solicitude, aos nossos catecúmenos, que convido a viver intensamente esta Quaresma como uma importante etapa que antecede o baptismo, às crianças, aos jovens, às famílias, aos consagrados, aos doentes, aos reclusos, a todos e de uma forma especial aos idosos e aos migrantes. Hoje, assiste-se a um aumento do número dos anciãos e a assistência a estes nossos irmãos, sobretudo quando passam por momentos difíceis, não pode ser negligenciada. Por conseguinte, devem ser incrementados os apoios económicos e as iniciativas legislativas que permitam a estes nossos irmãos mais frágeis não ser excluídos, mas antes devidamente integrados e apoiados.

Também os migrantes, dado o seu número e as condições precárias em que tantos vivem, no território da nossa Diocese, merecem e precisam da nossa atenção, do nosso cuidado e também de um melhor enquadramento e apoio, por parte das autoridades públicas, nas várias dimensões deste tema tão actual.

Desejo expressar aqui o meu apreço a todos os que se comprometem para ir ao encontro de todos os nossos irmãos que estão em situação de maior fragilidade, todos os que os acompanham e cuidam. Cuidar dos mais frágeis é, e sempre será, uma missão nobre. Exorto também todas as pessoas de boa vontade a aproveitar o tempo da Quaresma para dar o seu contributo pessoal a estas causas, nomeadamente através do voluntariado e da partilha com os mais necessitados. Todas estas causas e muitas outras se inscrevem no grande tema da defesa e promoção de vida humana, que é sempre um dom precioso de Deus e que por isso pede acolhimento, proteção e amor em todas as suas etapas e circunstâncias, desde a concepção até à morte natural. Neste sentido, teremos na nossa cidade de Beja, no próximo dia 29 de Março, véspera do IV Domingo da Quaresma, a Caminhada pela Vida. A participação neste evento1 é uma forma de expressar publicamente o nosso compromisso por esta causa, que a seu modo integra, também, todas as formas de cuidar todos os que estão em situação de maior fragilidade.

Também nesta linha de solidariedade e após as devidas auscultações, decidi que a Renúncia Quaresmal diocesana será, como tem sido habitual, metade para as necessidades da nossa Diocese e a outra metade para socorrer necessidades no exterior da Diocese. Assim mantendo-se este princípio, foi aceite a proposta de, no que diz respeito à ajuda exterior, metade da Renúncia Quaresmal ser canalizada, através da Conferência Episcopal do Haiti, para o socorro aos mais necessitados deste país, em que a população vive numa situação de grande carência. O resultado apurado da Renúncia Quaresmal de 2024 está publicado do site da Diocese de Beja2.

Este percurso quaresmal conduz-nos à luz da Páscoa, a vitória de Cristo sobre o pecado e a morte. Na esperança, na confiança em Deus e na sua promessa de vida eterna, confiemos este tempo de renovação espiritual à intercessão de S. José, padroeiro da nossa Diocese, modelo de fé silenciosa e operante, e de Nossa Senhora Mãe da Igreja, que nos guia com ternura maternal no caminho da conversão e da santidade.

A todos vos desejo uma santa e frutuosa Quaresma.

✠ Fernando, Bispo de Beja, 26 Fevereiro de 2025

1 O Santo Padre enviou mensagem de apoio a este evento Cf. https://www.federacaopelavida.pt/post/papa-francisco- envia-mensagem-%C3%A0-caminhada-pela-vida-25

2 https://diocesedebeja.pt/2025/02/26/resultados-da-renuncia-quaresmal-de-2024/

Versão PDF: Mensagem de Quaresma 2025

O Bispo de Beja, D. Fernando Maio de Paiva, anunciou os resultados da Renúncia Quaresmal de 2024: 19 760,62€. A referida renúncia destinou-se, em 50%, para obras na Casa Episcopal e nos restantes 50% para os cristãos da Faixa de Gaza.

Hoje, 16 de fevereiro, realizou-se a peregrinação do Arciprestado de Almodôvar à Sé Catedral de Beja, no âmbito do grande Jubileu de 2025, sob o lema “Peregrinos de Esperança”, com a presença de cerca de 150 participantes (incluindo todos os párocos e missionários), oriundos dos cinco concelhos que compõem o Arciprestado de Almodôvar (Aljustrel, Almodôvar, Castro Verde, Mértola e Ourique), do qual fazem parte 34 paróquias. Como gesto de união ao Bispo de Beja, este Arciprestado ofereceu um báculo pastoral adquirido por todas as paróquias, tendo D. Fernando Maio de Paiva agradecido muito penhoradamente.

O dia iniciou-se no Patronato de Santo António, com a oração do Rosário, enquanto alguns sacerdotes presentes estiveram a administrar o sacramento da reconciliação a todos quantos o desejaram.

Ao término dessa celebração, seguiu-se a procissão a pé até à Catedral, cantando e rezando pelas ruas da cidade. A Santa Missa, do VI Domingo do Tempo Comum, foi presidida por D. Fernando Maio de Paiva. Após a celebração, seguiu-se um momento de convívio e confraternização no refeitório do Patronato de Santo António, com um almoço partilhado.

De modo a concluir a jornada, as Irmãs da Congregação das Oblatas do Divino Coração falaram da sua experiência missionária, apresentando um vídeo sobre o seu fundador: D. José do Patrocínio Dias, bispo restaurador da diocese bejense. Após um momento para perguntas e respostas junto das Irmãs, seguiu-se uma oração e a bênção final antes do retorno a casa.

Tratou-se de uma excelente experiência tanto de Igreja como de comunidade arciprestal, dos fiéis e pastores em torno do seu bispo, como Igreja peregrina de esperança!